quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Time trabalha até no feriado, mas falta estrutura para a equipe






Como o futebol não é só dentro de campo, o presidente do Internacional de Lages, José Carlos Medeiros Alves (Brequinho) corre atrás de patrocínio para o time disputar a Divisão de Acesso do Campeonato Catarinense.


“Agora não é hora de dar entrevistas, estou treinando”, diz o técnico Raffaele Graniti. Na tarde de ontem, o Leão da Serra treinava no estádio Vidal Ramos Júnior, segundo treino com bola do time.
Enquanto os atletas e comissão técnica trabalhavam, o dirigente do clube busca patrocínios para conseguir custear os quase R$ 25 mil por mês para manter o time.


Brequinho afirma que existem “algumas” empresas interessadas no patrocínio do clube, mas existe uma marca em especial que está com negociações adiantadas. “Estamos acertando, mas já está quase fechado”, revela.


“Hoje o time não tem receita, e a gente se vira como pode”, diz Brequinho. Existe um apoiador direto do time, investidor de Joinville que paga alguns jogadores, mas nada além disso. “Possuímos também a promessa de algumas pessoas públicas, e contamos com elas”, diz o dirigente.


Dentro do campeonato, os quase sete mil lugares do estádio Vidal Ramos Júnior é que poderão servir de renda ao clube, mas Brequinho nega que seja algo significativo. “Não dá para manter um time só com a renda do estádio. Além disso na divisão de acesso não existe nenhum contrato que prevê direitos de imagem, segundo Brequinho.


Dentro de campo, o time treina forte. O preparador físico Ivaldo José da Silva explica que os jogadores estão treinando exaustivamente. “Fizemos uma parte física de manhã e de tarde a parte prática”.


Além disso já foi feita uma avaliação dos jogadores e o time começa a se definir. “Alguns jogadores que não serviram foram dispensados, outros quatro chegam na segunda feira”, diz Brequinho.


No treino com bola, Graniti é rígido. Não deixa a jogada continuar caso os jogadores não sigam explicitamente as ordens dadas pelo treinador, e, caso errem, a bronca é mais feia, cheia de ironia. “Para tudo. Você está pensando que é o Pelé? Faz o negócio simples”, disse ao jogador que tentou um voleio durante um cruzamento.


Ontem, os jogadores fizeram um treinamento de fundamentos, como cabeçada e finalização, além de ensaiarem jogadas de cruzamento na área. Do lado dos jogadores, todos dizem que é muito puxado, mas elogiam o técnico que não segue o treino enquanto os atletas não fizerem tudo certo.
Brequinho afirma que semana que vem mais quatro atletas se unirão ao grupo, e só então o time poderá ser apresentado com sua escalação oficial. “Quem indica os jogadores é o treinador, mas nós também observamos alguns”.


Novidade da semana é o preparador de goleiros


Maycon, ex-jogador do Porto União, já trabalhou com o “professor Raffaele” e vários outros jogadores. Além de o Porto, ele já jogou profissionalmente no Marcílio Dias e no Santa Catarina Clube, também fez parte da categoria de base do Figueirense e do Caxias de Joinville.


Com idade para jogar, Maycon diz que começou a trabalhar como treinador depois de uma lesão. “Acabou surgindo a oportunidade, resolvi tentar e acabei gostando”. Quanto aos goleiros lageanos, disse aque ainda não teve muito tempo para avaliar. “Estamos em começo de trabalho”, diz.
O goleiro Marcelo é preferido, ele quebrou o braço e teve que ficar afastado dos campos, mas, segundo Maycon, “está voltando a velha forma”.


O outro goleiro que treinou ontem com o Internacional foi Robson, do time juvenil. “Estamos apenas o observando, ele ainda é muito novo, mas pode ser que seja aproveitado”, explica.
Maycon também conhece vários jogadores do time e consegue avaliar quem são os melhores do time. Indica Ralf, Eliéser e Bruno, “que é jogador de área, matador”.


O preparador de goleiros diz conhecer Lages pela fama do futsal e diz que a cidade é um “celeiro” de jogadores. Ele diz que outros times fizeram propostas para sua contratação, mas ele recusou e escolheu o Inter de Lages por dois motivos. “Um é o professor (Graniti) o outro é a história”.




Time trabalha até no feriado, mas falta estrutura para a equipeFaltando um mês e três dias para o início do campeonato da divisão de acesso do catarinense, o Internacional segue na preparação de seus atletas. O técnico, Raffaele Graniti, diz que veio para ser campeão, mas reclama da falta de estrutura. Para quem pensa que a reclamação é medo de resultado ruim no campeonato, o Leão da Serra prova que não é isso e, mesmo nesta segunda-feira, que era feriado, os atletas trabalharam forte durante toda a tarde.


Entre uma orientação e outra para os atletas que treinavam na cancha de areia em frente ao ginásio Ivo Silveira, Graniti soltava o verbo para a reportagem do Correio Lageano. “Não tem campo para a gente jogar. No estádio só temos segunda, quarta e sexta, mesmo assim, só de tarde. Muito pouco tempo para um time que quer ser campeão. E vim aqui para ganhar o título”.


Em 15 dias como treinador, Graniti só conseguiu fazer um treino com bola, na sexta (12), durante duas horas. “Na situação em que está a coisa, não dá para trabalhar direito. Nem os chuveiros dá para usar”, diz. “Quando chove, não tem como usar, e no feriado, que é dia do Internacional usar, o estádio está fechado”, reclama Graniti. Ele diz que todos os outros times da divisão de acesso já fizeram amistosos, “só o Inter ainda não fez”.


Na quadra de areia, apesar da falta de condições e de um terreno cheio de água, os jogadores se viam empolgados. Enquanto faziam exercícios físicos, incentivavam os companheiros a conseguirem os melhores resultados possíveis durante o treinamento. O novo preparador físico, Ivaldo José da Silva, fala do pouco tempo que o time tem para se preparar para o catarinense, mas diz que o trabalho está sendo feito. “Se puder, a gente treina os três períodos do dia”.
Outro novo reforço na comissão técnica é o auxiliar de Graniti, Serrano, que entrou no lugar de João Paulo Cunha, dispensado do clube.


Devido ao feriado municipal, o Correio Lageano não pôde ouvir a diretoria do Internacional, nem um responsável da Fundação Municipal de Esportes sobre o assunto.


Os times da divisão especial


Apesar de já ter um time na cidade, Jaraguá, em março deste ano nasceu o Sport Club Jaraguá, com as cores do homônimo de Pernambuco, vermelho e preto. O ‘Leão do Vale’ como se auto intitula, já iniciou sua pré-temporada no último sábado vencendo o time do Avaí B por 2 a 1. O técnico é Alfredo da Silva.


O Maga, de Indaial, foi fundado em 1993 e é um time amador que busca a profissionalização. Terminou em último lugar na divisão de acesso do ano passado. O Oeste, de Chapecó, também é da mesma base do Maga: time de amadores, que busca a profissionalização. Ano passado terminou em penúltimo na divisão de acesso.


O Caçador, conhecido por CAC, apresentou 14 reforços para essa temporada, com destaque para Jô, um ‘irmão de criação’ do craque Neymar, do Santos. É um time que foi criado em 2003 e começou a participar da divisão de acesso em 2008. No ano passado ficou na terceira posição, uma a frente do Inter.


Sem apoio, time luta sozinho


Em 1993, quando Graniti assumiu o Internacional de Lages e começou sua carreira como técnico, pegou logo de cara uma pedreira, o Criciúma. Apertado, mas o time de Lages, que estava na ponta de baixo da tabela, venceu o badalado Tigre, que estava na série A do brasileiro e ganhou o estadual daquele ano.


Mas Graniti lembra que “naquela época havia apoio”. “Hoje, o preparador físico traz o material de casa, eu trago bolas para que o time jogue. A gente é que está ajudando o time”, diz, mostrando a situação atual do Leão da Serra. “As empresas têm que assumir um compromisso com o time. Não é possível que deixem o Inter desse jeito”.


O primeiro desafio


No dia 18 de setembro, o Inter de Lages enfrenta o Biguaçu, na casa do adversário. O time do litoral foi criado este ano e é resultado da parceria da Liga de Futebol da Comarca de Biguaçu e prefeitura da cidade.


Para o técnico, o time da cidade azul contratou o ex-zagueiro do time do Avaí, Fabrício Bento da Cunha, que subiu para a série A do brasileiro com o time da capital como jogador. Segundo o site Ndonline, o time contratou 18 jogadores e pretende complementar o elenco, para chegar a um número próximo de 27 atletas.


Segundo o técnico do Biguaçu, o time contratou jogador que já participou da seleção brasileira sub-20. Entretanto, grande parte do elenco é formado por amadores que se destacam nas duas ligas de futebol de Biguaçu.



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